Compram um computador a um “conhecido” e este já vem com o Windows 10, Office 2019, Adobe Acrobat DC, Photoshop, Illustrator, Corel Draw, Autocad, etc, tudo por um preço “de amigo”.

É claro que sabem que o software com que artilharam o computador não é legal, caso contrário teriam sido fornecidos com as diversas chaves e licenças e o preço teria ido para os milhares de euros. Mas é conveniente ignorar o facto.

Já agora, não esqueçam desativar o antivírus que está constantemente a mandar alertas para vulnerabilidades e outros perigos nesses programas.

O que não deviam ignorar é que estes programas não foram obtidos diretamente do fornecedor, estes programas incluem medidas antipirateria que tiveram que ser desabilitadas, substituíndo determinados ficheiros. Ou talvez foi necessário instalar outros programas que correm no fundo e que “enganam” os programas para que assumam que são legais.

Ao fazer isto, assumimos que estamos a abrir a porta a todo o tipo de software malicioso. Este software pode instalar determinados programas no sistema operativo que permitem que determinadas pessoas tenham acesso ao nosso computador em qualquer altura, ou podem usar o nosso computador como um peão em ataques lançados contra outros sistemas e tornando-nos cómplices.

O mesmo se aplica para aqueles programas e utilitários que baixamos da Internet para converter ficheiros, para “editar” ficheiros PDF ou para sacar diretamente as músicas ou vídeos do Youtube. Pouca gente trabalha de graça: então, como ganham dinheiro as pessoas que disponibilizam esses utilitários?

No melhor dos casos, são usados para nos mostrar publicidade. Normalmente alteram as nossas preferências nos nossos navegadores e fazem que quando iniciamos o Chrome, este inicie numa página distinta da nossa, ou que as pesquisas sejam feitas através dum site distinto do habitual. No pior dos casos, podem fazer qualquer coisa.

Existem poucos programas que sejam realmente grátis: normalmente caem na esfera do mundo chamado “open source”, em que programadores se juntam para desenvolver certos programas, com o código disponível e muitas vezes com fundações claramente identificadas por trás: por exemplo o Gimp, Inkscape, Scribus, LibreOffice, Notepad++, FreePlane, Firefox, distribuições Linux como Ubuntu, Debian, Fedora, etc.

Em suma, apliquem a lógica que conhecem e questionem sempre as motivações de quem vos dá alguma coisa em troca de nada.